Início » Autores » Madame d’Aulnoy » A Princesa Feiticeira
A Princesa Feiticeira

A Princesa Feiticeira

A história de A Princesa Feiticeira, escrita por Madame d’Aulnoy, conta a vida de uma bela e poderosa princesa chamada Nádia, que era também uma grande feiticeira. Seu reino era próspero, e sua sabedoria e beleza eram conhecidas por todos os cantos. No entanto, o destino da princesa estava entrelaçado com mistérios e desafios.

Um rei de um reino vizinho, fascinado pelos relatos sobre a princesa, decidiu pedi-la em casamento. Ele enviou um mensageiro real ao reino de Nádia para fazer a proposta. A princesa, conhecida tanto por sua bondade quanto por seus poderes mágicos, concordou em se encontrar com o mensageiro, mas com uma condição: o rei deveria passar por várias provas de coragem e inteligência antes de merecer sua mão.

Quando o mensageiro retornou ao rei com a notícia, o monarca, decidido a conquistar o coração de Nádia, aceitou o desafio e partiu para o reino da princesa com seu fiel cavaleiro, Gervásio.

A primeira prova dada pela princesa era bastante peculiar. Ela ordenou que o rei e seu cavaleiro fossem até uma floresta encantada e trouxessem de volta um ovo de pássaro que pertencia a uma criatura mágica. O ovo tinha a capacidade de conceder grande sabedoria. A tarefa parecia impossível, pois a criatura guardava o ovo ferozmente.

Ao chegar à floresta, o rei e Gervásio enfrentaram vários perigos, incluindo animais selvagens e armadilhas mágicas. No entanto, o cavaleiro Gervásio, com seu espírito destemido e habilidades excepcionais, conseguiu recuperar o ovo sem machucá-lo. Quando o rei voltou ao palácio com o ovo em mãos, a princesa ficou impressionada, mas ainda não estava convencida de que ele era digno de seu amor.

A segunda prova foi ainda mais difícil. A princesa ordenou que o rei trouxesse um grifo mágico, uma criatura metade águia e metade leão, conhecida por ser indomável. O rei e Gervásio partiram em busca do grifo, enfrentando muitas provações. Durante a jornada, Gervásio salvou uma coruja de um caçador e, em troca, a coruja prometeu ajudá-lo. Quando eles encontraram o grifo, a coruja lançou um feitiço para acalmá-lo, permitindo que o rei o capturasse e o levasse de volta ao reino da princesa.

No entanto, mesmo após o sucesso da segunda tarefa, a princesa Nádia ainda não estava convencida. Ela impôs uma terceira e última prova: o rei deveria trazer a água da Fonte da Imortalidade, que estava guardada no topo de uma montanha extremamente perigosa, onde nenhum homem havia sobrevivido.

Determinado a concluir a missão, o rei partiu com Gervásio. Mais uma vez, o fiel cavaleiro, com sua coragem, superou os desafios da montanha e trouxe a água mágica. Quando retornaram, a princesa, finalmente, começou a perceber algo importante: o cavaleiro Gervásio, e não o rei, era o verdadeiro herói de todas as tarefas.

Ao longo das provas, a princesa Nádia havia observado a bravura, lealdade e bondade de Gervásio. Ele não apenas tinha concluído todas as tarefas, mas também demonstrava um coração puro e desinteressado. A princesa, sendo uma feiticeira sábia, sabia que deveria seguir seu coração e não as convenções.

Então, ela decidiu que Gervásio, o cavaleiro, era o homem digno de seu amor e não o rei, que havia dependido dele para todas as missões. Com grande coragem, a princesa explicou ao rei que, embora respeitasse sua bravura, ela havia se apaixonado pelo cavaleiro.

O rei, surpreso, mas também nobre em espírito, aceitou a decisão da princesa e abençoou a união entre Nádia e Gervásio. A princesa, tocada pela sabedoria e generosidade do rei, prometeu ser sua aliada e amiga.

Assim, a princesa feiticeira casou-se com o cavaleiro Gervásio, e juntos governaram o reino com justiça e sabedoria, unindo o poder da magia com a coragem do cavaleiro. O rei retornou ao seu reino, onde encontrou felicidade e prosperidade. E a princesa Nádia e Gervásio viveram felizes para sempre, em um reino abençoado por magia e amor.

Fim.