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A Gata Branca

A Gata Branca

A história de A Gata Branca, escrita por Madame d’Aulnoy, é um conto encantador e cheio de magia, que narra a aventura de um jovem príncipe em busca de seu destino e do amor verdadeiro.

Era uma vez um rei que tinha três filhos. Já velho, o rei decidiu que estava na hora de passar a coroa para um de seus filhos, mas não sabia qual deles escolher. Para testar suas habilidades, ele deu uma missão a cada um: o filho que trouxesse o menor e mais belo cão ganharia o trono.

Os príncipes partiram em busca do cão perfeito. O príncipe mais novo, que era o mais gentil e corajoso, seguiu sozinho por muito tempo, até que chegou a um misterioso castelo no meio da floresta. O castelo era magnífico, mas parecia deserto. No entanto, ao entrar, ele foi saudado por uma procissão de gatos, que o trataram como um convidado de honra. Logo, ele foi levado à presença da dona do castelo, uma gata branca e encantadora, que falava como uma pessoa.

A gata branca recebeu o príncipe com grande cortesia e lhe ofereceu um banquete. Durante a refeição, ela revelou que sabia da missão do príncipe e se ofereceu para ajudá-lo. O príncipe, intrigado e encantado pela misteriosa gata, aceitou sua hospitalidade e passou um ano no castelo, desfrutando da companhia da gata e de sua corte felina.

Quando o ano terminou, a gata branca deu ao príncipe uma noz e lhe disse:

— Dentro desta noz, você encontrará o cão mais belo e pequeno que já viu. Leve-o ao rei.

O príncipe, surpreso e confiante nas palavras da gata, retornou ao castelo de seu pai. Quando ele quebrou a noz, um lindo cãozinho saiu de dentro dela, minúsculo e incrivelmente bonito. Embora os irmãos também tivessem trazido belos cães, o cão do príncipe mais jovem era o mais maravilhoso de todos. No entanto, o rei ainda não estava pronto para ceder o trono e deu uma nova tarefa aos filhos: dessa vez, eles deveriam trazer o mais belo tecido para ganhar o reino.

O príncipe mais jovem, mais uma vez, retornou ao castelo da Gata Branca, onde foi calorosamente recebido. A gata lhe prometeu que o ajudaria novamente, e mais um ano se passou com ele vivendo no castelo, agora mais intrigado e encantado com a gata do que nunca.

Ao final do segundo ano, a gata branca deu ao príncipe uma noz ainda menor e disse que dentro dela estava o tecido mais belo. O príncipe, confiante, retornou ao reino e quebrou a noz. Dentro havia um tecido tão fino que poderia passar por um anel e tão lindo que nenhum outro tecido poderia se comparar. Mais uma vez, o príncipe venceu seus irmãos, mas o rei ainda não estava satisfeito e deu uma última tarefa: quem trouxesse a noiva mais bela ficaria com o trono.

O príncipe, sentindo-se cada vez mais ligado à Gata Branca, voltou ao castelo pela terceira vez. Dessa vez, a gata parecia mais pensativa e triste. Ela disse ao príncipe que agora seria a última vez que ele a veria assim. No entanto, ela prometeu que lhe daria a noiva mais bela, mas antes pediu que ele cortasse sua cabeça e a jogasse no fogo.

O príncipe, horrorizado, recusou-se a fazer tal coisa. Mas a gata insistiu, explicando que era a única maneira de quebrar o encantamento que a prendia naquela forma. Com grande relutância, o príncipe obedeceu e, para sua surpresa, a gata se transformou em uma linda princesa.

A princesa contou sua história. Ela era uma rainha que havia sido transformada em gata por um terrível feitiço, e só poderia ser libertada por um príncipe que a amasse de verdade. Ela e o príncipe estavam destinados a se casar, e ela seria a noiva mais bela que ele poderia levar de volta ao reino.

O príncipe levou a princesa ao rei, que ficou maravilhado com sua beleza. Não havia dúvida de que o filho mais jovem havia vencido todas as provas. O rei abdicou em favor do príncipe, que se casou com a princesa, e juntos governaram com justiça e sabedoria.

Fim.